sexta-feira, 4 de abril de 2014

As derrapadas da GM no caso do recall atrasado em dez anos

Nova CEO da General Motors (GM), Mary Barra, durante discurso após o atual CEO, Dan Akerson, a anunciar no cargo, em Detroit
CEO da GM, Mary Barra: recall já causaram 13 mortes e gastos de US$ 700 milhões

Empresa quis poupar custos que teria com correção de falhas em seus modelos. Mas acabará gastando milhões agora por seu erro de gestão.

São Paulo – As empresas não estão livres de cometer erros, apesar da consciência de que alguns deles podem ser fatais. Mas, no caso da General Motors, omitir as falhas em vez de corrigi-las tem feito com que a companhia perca a credibilidade pouco mais a cada dia.

A montadora demorou dez anos para avisar os usuários e corrigir uma falha grave em vários de seus modelos, por receio da iniciativa custar mais do que o esperado e de isso atrapalhar a venda de seus outros modelos.

Como resultado, 13 pessoas morreram e 6,3 milhões de carros com defeitos no sistema de ignição terão de ser consertados ao redor do mundo. O problema mais grave envolve os airbags dos Cobalt, Pontiac 5, Saturn Ion, Sky e Solstice, produzidos entre 2003 e 2011.
Calcula-se que o impacto negativo com o recall seja o dobro que o estimado inicialmente pela companhia: 750 milhões de dólares no primeiro trimestre. Além do custo do reparo, a GM que teria de pagar uma multa de 35 milhões de dólares, mais indenizações.

Com a situação, a GM virou objeto de investigações do departamento de Justiça americano, da Agência de Segurança nas Estradas (NHTSA, sigla em inglês) e do Congresso.
V
eja, a seguir, como a GM tem derrapado no caso do recall histórico que já deixou 13 mortos até agora.

A omissão
De acordo com fontes da empresa, os engenheiros da GM tiveram um desafio e tanto no ano de 2000, época em que as margens da empresa encolhiam e sua liderança nos Estados Unidos desmoronava.

Eles teriam de fabricar os Chevrolet Cobalt e os Saturn Ion por um custo menor, nem que fosse com o uso de peças de outros carros já existentes.

Engenheiros teriam descoberto a falha fatal na chave de ignição em 2001 enquanto desenvolviam o Ion. Na época, uma mudança no desenho do projeto foi feita. Mas, até 2003, a empresa seguiu recebendo reclamações de usuários. 

Em 2004, a necessidade de correções foi apontada novamente, mas a GM não queria atrasar o lançamento do Cobalt, ávida pelos lucros que a nova marca traria.

As informações foram divulgadas no cronograma submetido pela GM em 24 de fevereiro à Administração Nacional de Segurança do Tráfego Rodoviário dos EUA, a reguladora de segurança automobilística do país.

A estratégia não deu certo e, em 2009, a companhia entrou para o processo de proteção à falência e foi tomada pelo governo norte-americano, até dezembro do ano passado.

Falha inevitável
Há dois meses no cargo, a CEO da GM, Mary Barra, afirmou, por meio de um vídeo a funcionários, que a empresa está mudando a postura de lidar com os recalls.

A montadora ainda iniciou uma investigação interna e, ontem, Mary prestou depoimento no Congresso, em Washington - um dia antes, ampliou o número de carros que precisam de reparos. 

"Isto começa com minhas sinceras desculpas a cada um que tenha sido afetado por este recall. Estou muito aflita com a situação”, disse ela. "A GM de hoje fará o que for correto."
Resta saber agora quanto e como a falha grave de gestão custará à imagem e caixa da companhia. 

Fonte: Portal Exame

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